terça-feira, 28 de agosto de 2012

Lembrancas

Já faz tempo que eu esqueci o cheiro do mar,
O gosto daquela água salgada (é tudo que me lembro).
Já esqueci o que é correr pelas areias brancas,
Vendo o sol se pondo por detrás dos edifícios,
E a lua, esplendorosa, subindo por detrás dos morros,
Naquele horizonte azulado, enquanto me despedia da luz do dia.
Há tempos nao sei o que é passar a tarde olhando o mar,
Ou mesmo, pescar um carapicu no Canal do Itajuru.

Namorei os livros por muitos anos,
Beijei poucas bocas. Tive poucas volupias
Sofri e chorei menos do que deveria,
Mas sempre ao meu lado, esteve o mar,
Sereno ou bravo, de mare cheia ou baixa,
Seguindo os meus caminhos e em mim arremessando,
Todas a maresia que me fez suportar tantas dores.

Nas noites em que se fez o frio, estive com eles,
Meu outros amigos, companheiros para uma vida,
Aqueles com quem corri e joguei bola,
Com quem vivi uma infancia inteira,
E dos quais sinto uma saudade indomavel.
Mas na vida, tudo muda e eu sou senhor das mudancas,
Tao adaptavel, que mudo sem mudar minha essencia.

Hoje sao chegados os tempos que pedi nas preces,
E choro agradecendo por eles todos os dias,
Pois sao os tempos em que tudo pode mudar em mim,
E toda modificacao pra melhor me é bem vinda,
Pois sou sereno como os campos no outono,
Mesmo quando o destino estremece a ponte que atravesso.
Sei que haverá sucesso na caminhada, mas só depois do trabalho.

Sofri com a saudade mas nao morri (ainda),
Vivi as margens do mar e aprendi a idolatra-lo,
Brinquei e sorri com as pessoas que me deram uma infancia,
E em casa, cada briga me fez crescer.

Pensando melhor, lembro-me de tudo,
De cada gosto e cada cancao sob o luar,
E dos dias de praia, que nunca perderam o encanto.
Lembro-me de como é gostoso acordar e ouvir o mar,
Estar ao lado de quem amo tanto...
Pois sao inesqueciveis as derrotas e as advindas experiencias,
As vitorias e suas consequencias, assim como é impossivel esquecer,
A terra  que me viu crescer.