quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Onde estão o Bardo e o bandolim?

Onde estão o Bardo e o bandolim?,
Quando virão aqueles dias de glórias?
Prometidos foram, e hoje o clarim,
Soa aos quatro cantos esta história.

Nestes tempos de revolta,
Onde os valores estão transmutados,
Não se ouvem as canções de outrora,
Não há mais o cavaleiro e o cavalo.

Honra é feita em cartão e cédula,
De dez, de cinquenta, cem,
Doces lírios que hoje sem pétalas,
Sem cifrão na frente, nem valor mais tem.

Há um rumor vindo do oriente,
Uma sombra de mito e escravidão,
Esquecemos o que nos torna gente,
Cada vez mais vivemos em vão.





terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uma folha

Uma folha, outra folha,
Mais uma folha e um caminho.
Uma floresta a minha frente,
Meu horizonte se abrindo.





sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Liberdade


Nem uma amarra me impedirá,
Nem uma corrente me prenderá,
Nem uma barreira me deterá,
Nem a distância será empecilho.

Nem meu algoz conseguirá,
Nem o tempo apagará,
Nem uma lágrima descerá,
Nem por um instante no paraíso.

Nem nada que haja feito o homem,
Nem ninguém que exista no mundo,
E nem nenhum valor existente,
Comprará minha liberdade,
Pois sou corpo e alma livres, hoje e sempre,
Dentro dos meus pensamentos.

Cada mulher é uma poesia[2]

Cada mulher é uma poesia,
E eu tenho tão poucos versos escritos...

Cada mulher é uma poesia



Cada mulher é uma poesia,
Uma inspiração a mais que surge,
Uma sombra a clarear a noite,
Um brilho que finda o dia.

Cada dia é uma oportunidade,
Um sonho, um desatino,
Uma brisa ante a um furacão,
Um devaneio de um menino.

Cada menino é um futuro,
É uma pipa, é um peão,
Que gira por esse imenso mundo,
Sob a luz de um lampião.

O menino se tornou um homem,
E a sua poesia é sua mulher,
Seus brinquedos hoje são o mundo,
Um barco ao sabor da maré.

Função

A minha função no mundo,
É uma função de onda,
Oscilo no tempo e no espaço,
Tenho máximos e mínimos,
Posso mudar de fase se há um obstáculo,
Mas reflito sempre diante de um,
Por menor que eu seja, eu existo, 
E minhas idéias se propagam pelo mundo,
Na velocidade do meu pensamento!


Uma Rosa



Uma sala vazia,
Um trovador vulgar,
Chuva que o frio anuncia,
Vindo de algum lugar.

Mente que viaja,
Minta que pensa em mim,
Longe do alcance,
Menos de um palmo do fim.

Arrasto um coração,
Levanto ao seu encontro,
Caído em tentação,
Por uma rosa, um sonho.

Naqueles olhos viajei,
Encontrei um sabiá,
Que cantava em um tom,
Impossível de cantar.
  
Por ela eu vivo como vivo,
Sorrindo e cantarolando,
Como um trovador perdido,
Um poeta ultrarromântico.

O luar mora em seus olhos,
E seu brilho me ilumina,
Boca feita em sonho e ósculos,
Ame a mim, pequena sina!

Cabo Frio


Quero voltar a ver o Forte,
E as areias que me viram crescer,
Meus olhos sentem a falta que faz,
O sal das águas daquele cais,
A terra dos meus avós,
Que sustentou minha mãe,
Pra onde vou toda noite,
Em cada sonho e pensamento,
Cabo Frio, minha cidade,
Meu berçário e cemitério.

Reta tangente


Você não me encontra,
Mesmo quando estou na sua frente,
Diz que tem um outro alguém,
Mas está sempre comigo.
Assim fico como uma mola,
Indo e vindo, do céu ao inferno,
Do inferno pro céu,
Pior é que sem você,
Eu me perco todo sem volta,
Meu caminho se torna uma reta,
Tangente a sua envoltória.



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Concerning the meaning of life

Hoje eu vi um homem morto na rua, quando eu passava de ônibus. As pessoas olhavam das calçadas e os demais passageiros conjecturavam sobre os motivos da morte. Fiquei pensando sobre isso...
Os carros passavam, as pessoas seguiam suas vidas, comprando, vendendo, andando, correndo, e o cadáver no asfalto, como se não fosse nada, ou se não tivesse importância. Isso foi por volta das 16h de hoje e acredito que até agora, as 20h e 10 min, não deve ter chegado o rabecão. Isso me fez pensar sobre a vida e o que ela significa para as pessoas.
Um homem morto na rua não para uma sociedade, e nem deveria. Políticos desonestos, mais do que isso, descaradamente corruptos, não param a sociedade, mas deveriam. O jogo de futebol do século para a sociedade, mas não deveria.
Qual a importância de se viver hoje? Fazer seu melhor, ser mais um e colaborar da melhor forma pro todo é uma opção. Ou não? Concentrar-se em obter o melhor pra si e ignorar a necessidade dos outros seria uma ótima opção se não dependêssemos das outras pessoas pra vivermos. O filho de alguma Dona Maria não vai voltar pra casa, mas quem está preocupado?
Viver é questão de status; se vive pelo dinheiro, e não através dele; se vive pra ter poder e controlar outras pessoas; se vive apenas por viver, sem perspectiva de futuro. Aliás, essa última é que mais vejo atualmente. Vive-se pra tudo, menos pra fazer-se feliz por si próprio. O mérito do que é felicidade não é objeto desses pensamentos fúnebres de agora, deixemos pra depois.
O fato, é que a vida, ou que pensamos que ela seja, hoje é algo tão banal que passe despercebido no cotidiano.
Não sei dizer por que viver. Deve-se valorizar a vida? Pessoas vivem à beira da estrada, outras nas encostas de morros em lugarejos distantes da "civilização",em pequeníssimas sociedades. Não conhecem Shoppings, grandes hoteis, boates de luxo, praias badaladas. Essas pessoas são felizes? São tristes? Vivem bem? Vivem mal? Como classificar a qualidade de vida com base nos valores que temos hoje, incrustados nas pessoas como carrapatos que deturpam a nossa própria visão do que queremos ou não, do que devemos ou não fazer?
Tenho muitas perguntas, muitas dúvidas a respeito da vida e até agora, nenhuma resposta.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Canção a Violeta

Fuxico no cabelo, princesa menina,
Upa, Upa, vai pelo caminho,
Seguindo, seguindo, alegre e sozinha,
Silêncio, uma carruagem se aproxima...

Cabelos dourados, lábios espessos,
Vivia logo ali, dobrando aquela rua,
Traz no vestido dourado um tom vermelho,
O mesmo dos lábios, leves e serenos...

Senhora, se apresse, vem chegando a aurora,
Nos vermelhos das manhãs sua admiração,
Para e observa, por meias horas,
Passar tempo frente ao Sol, Violeta adora!




O tempo

Tudo passa inexoravelmente,
Tudo é nada, quando o tempo passa,
Passa o tempo quando temos pressa,
Cessa a pressa quando o relógio mente.

Essa bagunça cósmica de frente,
Que radiação nenhuma fica ao fundo,
Trás a entropia de volta a mente,
Leva a mente pra fora do mundo.

No universo a ordem é desordenar,
Do contrário, tudo seria estático,
Big Bang, científico ou fantástico?,
Explicação até hoje não há...


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobre ontem a noite

Menti pra mim mesmo e me magoei,
Não é que seja ruim, apenas sou eu,
Você consegue me entender?
Desculpe-me por tudo que não houve,
Mas meu modo de ver as coisas é esse,
Você consegue me entender?
Ontem a noite até foi legal,
Não é com você, nem é banal,
Mas mudou tanto o que sinto que não sinto,
Nada além de mim mesmo no Universo,
Meus momentos de sorriso, minhas lágrimas de dor,
Você consegue me entender?
Você entende o que é sofrer,
E esse sofrimento ser por alguém,
Você consegue me entender?
Apenas quero o seu Adeus, leve tudo que for seu,
Suas memórias e idéias, você inteira...
Você consegue e entender?
Onde estão meus amigos,
Preciso me reencontrar,
Bato na porta e não há ninguém,
Peço desculpas mas são em vão,
Já não há mais ninguém ao meu lado,
Você consegue me entender?
Você consegue?
Você?...