quinta-feira, 1 de março de 2018

Nódoa

Não há festa nem funeral
O clamor das ruas cessou
É só o silêncio nostálgico que ecoa
Lembrança dos tempos de infância
Antes dos laços quebrados.

Há dor sobre as calçadas
Em cada uma dessas rachaduras
O pesar, o peso das pegadas.
No pão careca os longos cabelos brancos
Nos olhos o vazio dos exemplos
Quem chora não quebra a falta dos soluços
Estamos todos atônitos,
Assistindo o terror do filme de nossas vidas.

Quem me dera voltar a segurá-la nos braços!
E essa angústia...há de passar!
A flor primeira chora e eu sou distância
A flor segunda chora e eu não tenho palavras.
Na sala, a sua história está presente:
Bem ali nasceu, bem ali deitou-se.
Tua história breve coberta de nódoa
Meu peito sem lágrimas mal aguenta a dor.