terça-feira, 21 de julho de 2020

Aqui jaz

Daqui a pouco vão descobrir que eu choro
Que murmuro sozinho, que me remoo.
Se eu der bandeira todos vão perceber
As fraquezas da minha armadura de plástico.

Meu horizonte em cruz sem espada
De um beco pro mato, d'outro beco pra vala
Saio de casa nunca distraído
Com uma máscara por baixo, outra por cima do riso...

Enquanto me brota essa cachoeira torrente
Cada gota que cai eu já digo: "- É só suor!"
Me disseram: " Um dia após o outro"
Todos os dias iguais, nenhum melhor...

Rotina de fingimento, como se eu pudesse
Por toda a vida fingir que que tenho paz!
Vermelho e azul no bairro mais nobre
Pra mim é a sirene apitando "Aqui jaz".







domingo, 19 de julho de 2020

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Komm

Ainda era sem tempo
Azul de cima que observou
Dois corpos. Um pé no caminho.
Aquele oi era um adeus
Deveria ser passageiro
Em mim, sua voz foi oca
Morei nas tuas palavras
Fui homem das cavernas
Segui teu som distante
Cheguei em ti. 

Ao som do Mali
De cá e de lá, longe de nós
Nós longe de nós
Há sós brilhando
Almoço no pátio...
Nós, sem nós, porque assim?
A solidão morou nos lábios
Se fez palavra. Nós despedimos. 
- até breve! Komm gleich wieder da!