quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Castelo de Ilusões

No meu Castelo de Ilusões e poeiras,
Feito de sonhos - ou vontades eternas,
Transitam beldades, sereias e Deusas,
Nos salões vazios ou cheios de trevas.
Sou assim escravo, das minhas frustrações,
Um desconhecido para mim e para as minhas ambições.

Sou feito de pó, das estrelas brilhantes,
Que povoam o espaço - sou um ser sideral,
Talvez o rei solitário sem reino, seja eu relutante,
No meu sonho fantástico (que parece real).
Sob o olhar atento da aurora, a vejo partir,
Lua, vai sem demora, talvez para onde eu queira ir.

Ai de mim que não passo de um pobre diabo triste!
Amargurado de lágrimas que não me deixam sorrir...
Vou viver meus valores - se é que ainda existem,
Antes que eu apodreça sob a luz do Porvir.
Soam sinos nas igrejas ao meio dia,
Não soarão quando a missa  for minha.

Corro as noites feito Corvo faminto,
Mas sou minha própria caça e objetivo,
Permeando os meandros do meu Labirinto,
Ouço meu choro mas, já não tenho motivos.
Em cada ela eu me perdi e ainda me perco hoje,
Mas Ela me veio tão sincera, como um anjo de boca doce.

Construí em cada rosto as misérias humanas,
Valendo-me de promessas como um político o faria,
Mas não foram as volúpias usurpadas na cama,
Minha felicidade. Mas sim a poesia!
Minha senhora me tomou em seus braços de véu de luto,
Vou sorrir para o barqueiro, vou, finalmente, mudar de mundo.







quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Super-Nova

Vez por outra o Sol acorda atrasado e,
Quando saio de casa, ainda está escuro.
Mas não faz mal, as luzes das ruas me mostram o caminho.
Eu que fui acostumado a acordar cedinho,
Agradecer ao Astro-Rei e contemplar as brumas das manhãs,
Tive que aprender a esperar pacientemente pela aparição dele no horizonte.
Seja bem-vindo, Sol! Derrame em mim a sua luz!
Vou seguindo os caminhos que trilharam os antigos,
Sigo observando as estrelas, próximas ou longínquas,
Enquanto ele atravessa a Eclíptica e as Constelações vem surgindo.
Não sou chegado a Astrologia. Prefiro Astronomia.
Minha Luz maior vem das sete irmãs, as Plêiades,
E nenhuma Antares brilha mais.
Sou poeira estelar- como todo o resto da matéria do mundo,
Por isso sei, que sou nada mais (ou um pouco menos) que átomos.
Sigo cascaviando, assim, procurando aqui e ali,
Entre um olhar devotado ao Céu e outro ao meu redor,
Ainda busco dentro de mim a essência da estrela,
Que numa explosão de luz e calor me fez ser o que sou.


sábado, 10 de novembro de 2012

Manhãs na correria

Toca o despertador, toca o celular.
Acordo. Não levanto. Desligo um,desligo outro.
Preguiça. Pausa. Volto a dormir sem perceber.
Acordo, de novo. Desesperado.

Quantos graus tá fazendo? 8º. Ótimo, não tá frio!...(hein??)
-Que horas são? Perdi a hora? Não. 
Só se passaram  dez minutos. Tenho que tomar banho rápido...
Tomo café. Louça lavada.
 Escovo os dentes lá! Não, vai dar tempo...
Troco de dentes enquanto escova a roupa, digo, deixa pra lá...
Tô arrumado, falta alguma coisa?
Cadê meu fone? Não vai dar tempo...
Melhor ir logo, vou me atrasar de novo.
Nunca chego cedo...mas pelo menos, tento.
Aqui, ainda falta muito pro ônibus? Dois minutos, diz no letreiro...
Tenho uns vinte minutos pra chegar, to sossegado. Cade meu fone?
Abro a mochila. -Beleza! Tá aqui dentro.
Pego o ônibus. Não esqueci nada?
O que eu terei hoje? É importante?
No almoço eu volto pra casa ou como por lá?
Que cansaço, nem adianta mais dormir...
Sempre acordo achando que fiquei acordado...
Noite tão curta, dia tão longo..tô um bagaço!
Dias curtos me lembram inverno...deixa o dia longo!
Não, não quero que seja o contrário!


Perseverança

De volta ao rumo a vida brilha,
De cor em cor refaz-se o arco-íris,
No Outono, onde o chão se cobre de folhas secas,
Sonhos são meros pontos de vista.
Calculo, refaço, erro muitas vezes,
Sentado relembro e vejo a vida passar,
É a esquina da minha época essa euforia,
De informações que confundem a realidade,
Fazem dos olhos a vitrina da mídia.
Que esperanças me trazem ver tanta agitação,
Onde nada havia, a não ser a acomodação?
Agora nos rostos percebo a esperança,
Que pensei ter perdido, ainda quando criança,
Retomada hoje, na virada da maré.
-Sê feliz!, me dizem, quando esquecem o que é Inverno,
-Sê forte!, reiteram, esquecendo o que é Solidão,
Mas os dois monstros matadores de gigantes,
Não serão meu fim mas, minha ressurreição!
Tempo, espera! Passa lento mas, passa...
Deixa-me deitar para ver o pôr-do-Sol,
São quatro da tarde, mas quem se importa?
No céu acendem-se as lanternas, quando se apaga o Farol.