quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O seu Rosto

Quando em minha mente refaço o seu rosto,
E o verde dos seus olhos tomam meu coração,
Quando meus sonhos se dissolvem no teu gosto,
Vejo que perdi toda a minha ilusão.
Já não vivo o Eu, de outrora,
Já não olho as Estrelas como antes,
Sou o tempo que não respeita mais as horas,
Sou o Leme da minha vida e tu, o Almirante.



sábado, 15 de setembro de 2012

Pintor de Estrelas


Se me disseres que vens eu paro tudo,
Serei só teu de cada precedente segundo,
Até a hora de tua partida.
Serei feliz uma hora antes ou mais,
Serei a pomba branca, símbolo da paz,
Corpo e pensamento só teus, querida.

Viajarei para longe procurando assuntos,
E em cada pensamento hei de despertar,
A sua curiosidade sobre as coisas do mundo
Tudo para ver em teus olhos cor de mar,
O mesmo brilho que eu trago no peito,
Por amar tanto um anjo que não aprendeu a voar.

E no teu colo, enquanto pinto estrelas,
Espero pacientemente que tu adormeças,
Pois sou eu quem vai te pôr na cama,
Enquanto repousam teus olhos de princesa.
Eu a observarei de pé, regozijado,
E serei feliz,mais que qualquer rei desse Planeta.


Olhos Calados


O quê você vê frente ao espelho,
Além desses olhos vermelhos?
Cansaço? Rugas? A mordaça...
Que há tempos cala o seu sorriso...
Mas você trabalha demais, não é?,
Não vai ter tempo para pensar na vida.
Corta seu coração ver tragédias,
Mas sua boca é cega,
São teus olhos que se calam,
Não contam ao mundo o erro cometido,
Dentro das salas, no quarto das crianças,
A violência, a opulência, a ganância,
A oportunidade de mudar que é deixada de lado,
E o pôr-do-Sol tão belo e espantador,
Que você viu da janela da sua linda mansão...
Mas se quer uma palavra ao vento, você atirou...


domingo, 9 de setembro de 2012

Reflexão

A noite chega lenta e o vento sopra frio,
Conforme o tempo passa, o outono anuncia o inverno,
São tempos de mudança nas estações, 
E eu aproveito para mudar a forma com a qual eu vejo o mundo.
Junto com essas mudanças, tem o ser que me habita,
O ser que olha e não se cala ante ao desconhecido,
Que observa o espaço e o mutila, o reconstrói,
Sem precisar, para isso, de um só talho na essência das coisas,
Pois tudo se faz no silêncio do pensamento,
Na escuridão que se esconde a alma,
 Na paz de um olhar de ancião que,
Sem usar palavras, diz tudo o que tem pra dizer.