quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um dia

Um dia, quando as palavras certas vierem,
E eu não tiver mais vergonha de mim,
Ai sim, você vai saber o quanto eu te amo,
E por que eu faço tudo ao contrário.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Wo ist man zu Haus?


A casa minha não tem mais endereço,
Muda comigo por onde eu vou,
Não parto com o coração partido,
Mas levo comigo a saudade dos amigos,
E as boas lembranças que o tempo formou.

Sou eu mesmo a minha pátria,
Um território sem fronteiras ou exércitos,
Sou fiel as leis rigorosas que me norteiam,
Meus valores antigos, meus valores presentes,
Sou o Eremita que vaga no deserto urbano,
Sou uma alma sem corpo, passeando pelos 2 mundos,
Um sóbrio, feito de sonhos concretos que é meu presente,
Outro fantástico e paradisíaco que é meu passado...

As aventuras que me proponho a viver,
São o norte e sul do meu país,
São os mares, as matas e relvas,
São o céu azul sem estrelas, com o sol poente ao longe,
São como eu: desconhecido em essência,
São como o universo, repletas de mistérios,
E, mesmo planejando minhas idas,são incertas as minhas voltas,
E como detesto despedidas, vou, pois é chegada a minha hora.



 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pétalas

Ainda que existam rosas a iluminar,
O meu jardim já tão sem cor e vida,
É da minha rosa branca que sinto falta,
E falta-me o ar, dia e noite, noite e dia...
Aquelas mãos de afagos, carinhosa,
Que falta fazem na minha alvorada!,
Foi há pouco tempo canção em prosa,
Hoje seu nome é apenas mais uma palavra.
Pregado na parede de um quarto vazio,
Vai o tempo, passando a me torturar,
Com seu retrato pra espantar o frio,
Perdido em pensamentos fico a olhar.
Uma estrela fixa, que brilha distante,
Nossas lembranças presas no meu edredom,
Fomos pequenos, hoje somos gigantes,
Fomos futuro, e agora é passado,
Quais planos realizaremos "together",
Frente às ondas que deslizam no mar?,
Você desabrochou em lindas-doces pétalas,
Mas a primavera acabou de passar...



















Eu respiro você

Quero todas as coisas,
Sem pensar em ser vilão,
Quero degustar o silêncio,
Enquanto ouço uma canção,
Pouco  pouco devorar teu corpo,
Com meu olhar faminto,
Amar você feito um bobo,
Como quem se atira no infinito.

Estou contando as horas,
Pra eternidade acabar,
É essa distância que me separa de você,
O silêncio que não quer se calar.

Fênix

Eis  fênix frente a mim,
Soba a luz de todos os holofotes,
Quando a previsão erra o fim,
E lavamos no peito os ventos do norte.
São os dias que se sucedem,
As penas da flecha tocam sua ponta,
Passado e futuro que se encontram,
O Ciclo Divino que se repete.

 E o que é o tempo,
senão a extrapolação dos nossos medos?

Origami

Não sei fazer Origami, mas sei dobrar papel,
Coisa bacaninha essa arte tão singela,
Pegando uma simples folha, dou-lhe formas,
Desenhos e significados múltiplos,
Como no desdobrar da vida e seus vários caminhos,
São os dobramentos do assoalho terrestre,
E tanto a terra como a vida,
Com suas faces que moldamos ao simples contato,
São elas mesmas folhas de papel dobrável,
Nas quais se pode escrever uma história,
E deixar a dobra que caracteriza a sua passagem,
mas tome cuidado com o papel pois ele rasga,
Se não for bem conservado, nenhuma história,
Nem mesmo a mais feliz delas,
Será preservada para a posteridade.

Pontos de luz

Mesmo quando não há nada, temos tudo,
Mesmo sob a chuva, estamos protegidos,
O único escuro ruim é o da ignorância,
A verdadeira e única perda é o da vontade,
Vontade de crescer e fazer um mundo melhor,
De amanhecer um ser diferente,
Capaz de amar, se apaixonar e errar,
É estranho levantar todos os dias,
Ver a natureza e não contemplá-la,
Olhar acima de nossas cabeças e ver o Universo,
Ainda assim, conseguimos desacreditar no sobrenatural,
Aliás, o que é o natural pra nós?,
A Dúvida? O desespero?,
Olhar além e refletir é uma obrigação,
Como são doces o som do mar e do vento,
As duras rochas que se transformam em escultura,
A Pietá, o Davi! Quanta habilidade humana!...,
Como se pode fazer beleza com nossas mãos e ainda assim,
Fazemos guerras horrendas, monstruosas,
Destruímos vidas, esquecemos que o horizonte é um espelho,
Embora longe é o nosso reflexo na linha distante,
O que será que pensa de nós quem nos vê de lá, adiante?,
O que eu tenho feito de bom pelos pássaros?,
Onde está o meu sorriso?,
Somos Pequenos Gigantes, com potencial e preguiça,
Mas uma vez com a arma na mão, esperam que usemo-la,
Para bombardear de boas ações o Universo,
Já Tão frio, triste e Vazio,
Que insistimos em ver o escuro e não os pontos de luz.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Eternidade

Quis escrever sobre o silêncio,
Mas havia som nas praças e nas ruas,
Quis fugir a pé, em pensamento,
Entre um gole d'água e as pernas tuas,
Sou eu a sofrer em fevereiro,
Sem colo, em colápso, desespero,
O horizonte que some no cinza longínquo,
Onde o Sol iluminando se esvai,
Enfim, da vida vivida em cada esquina,
Quem sabe é o verso, sobre o éter do passado...,
E quem sou eu, penso sozinho,
Se não tenho a ti aqui ao meu lado?,
Você ficou, eu parti sozinho,
Você voltou, aqui fiquei eu,
Mais duas pegadas na areia da praia,
Mais noites vazias de risos e farras,
Mais corpos vazios pra eu encher de volúpia,
Nas horas que passam, no tic e tac,
Reflito no quarto sozinho e em paz,
Com toda a azul calma que o mar me traz:
Todos passam, todos passarão,
Mas minha alma é eterna no tempo!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Esqueça...

O que pede seu coração,
quando as noites chegam tristes?,
O que faz sua vontade,
quando seus pés não alcançam,
onde seus sonhos fazem morada?
Voando longe sobre as casas,
Enfrentando a madrugada,
Buscando a "Blaue Blume",
Em cada corpo e cada volúpia,
Segue em silêncio o pensamento...
Esquecera de si mesmo, o pobre,
Que tecendo a aurora no horizonte se perdeu,
Agora, cada aldeão tomou a sua enxada,
E cada tirano convocou seu exército,
Sobre o tabuleiro azul, verde e amarelo,
As peças se digladiam até a morte da mais fraca,
Tola aurora pintada de azul,
Quando sua cor verdadeira é vermelha,
E a minha cor é a saudade!