sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Sou nada

Não fui e ainda não sou nada
Caminho apenas deixando-me guiar pelo vento
Na cabeça, os sonhos se desfazem a cada passo
Depois de tanto cortar o mato da trilha e recriá-la
Depois de ir além dos limites que previa - mas que sempre achei pouco pra mim
Depois de tantas perdas e tantos choros...decepções
Depois de ver eu me tornar metade do homem que planejei ser
Vejo-me no espelho e só enxergo as minhas lágrimas. Depois, só depois de tudo.
Não sei o que deu errado no Caminho
Não sei se o vento mudou ou se eu andei contra ele - em algum momento
Mas sei que o que trago no peito não é saudade, não é rancor
Nem tristeza o é, diria. É algo que foge às palavras e aos poetas
Foge ao sofredor. É a dor da derrota mais profunda
A dor terrível, que ninguém e nenhuma outra dor subjuga.
É a dor do amor que não tive, nem haverei de ter
Não conheci ninguém que tenha amado sinceramente
(Se alguém me ama ou amou em segredo, que me conte agora!)
Só sinto-me esvair pelo ralo do banheiro a cada banho,
Quando as lágrimas que me molham o rosto escorregam,
Pra junto de suas primas, as gotas salgadas da água amarelada.
Sou só, mais que nunca. Abandonado por mim e pelo meu espírito,
Sou um metro cúbico de vácuo absoluto. Sou nada!
Aquelas lembranças vão durar por anos...mas não é de uma amor do passado,
É apenas, de um passado sem amor. Sem graça. Sem cor.







Nenhum comentário:

Postar um comentário