terça-feira, 1 de abril de 2014

Estênio

"Descemos pela rua um dia, E dai pra frente estive só,
Como um cavaleiro em justa, Brigava por honra,
Hoje me deito sozinho."


Estênio, da perna quebrada,
Ex-maratonista e um grande exemplo,
Sofre calado, todos os dias em casa,
Sonhando e os velhos tempos revivendo.
Se fizer frio as cortinas se fecham
E a sombra na sala é quase imóvel
A alma - calada - à noite esvai-se
E as memórias regurgita.
Sem calma, as pernas ao alto da mesa,
E as mãos sobre a perna inchada,
A boca balbuciando as repetidas
Palavras de amor para nenhuma amada.
Está só, na beirada da estrada,
No meio do caminho da sua meia-vida,
Compondo músicas de rimas enternecidas,
Chorando angústias por de trás da porta fechada

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