quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não podemos deixar

Brasil,
Acorde sob o Sol resplandecente que clareia sua janela,
Há tempos a glória bate à sua porta e você não abre a porta pra ela,
Foram-se os tempos da escravidão, da vergonha e da omissão,
Foram-se mesmo? Quem disse isso, a consciência ou a televisão?
Deparo-me hoje com índios morrendo em seu próprio solo,
Tudo por defenderem a vontade de viver de seus povos,
Vimos em 1822 a nossa independência,
190 anos depois negros e índios ainda lutam pela sua sobrevivência.
Deram os guetos pra uns, e venderam-se as terras do outro,
Mas parece comum, é o capitalismo quem comanda o jogo,
Nos tornaram escravos do pensamento de que todos podem igualmente,
Sair da favela ou do carro importado e conseguir o seu lugar ao Sol,
Somos iguais em quê? Minha pele não ter cor de arrogância...
Quem grita não pede igualdade, pede por tolerância,
Sob as espingardas dos jagunços do grande sertão, veredas,
Os soldados amarelos hoje em dia vestem as fardas pretas,
PM matando de crianças a campesinos,
Código florestal contra as florestas nós até já redigimos,
Era mais fácil deixar as matas para o Tio Sam,
Deixar que as bombas nos queime todos de um modo indolor,
Para o extermínio continuar após o churrasco,
Com a carne que o governo se alimenta, a carne dos mais fracos,
Aqui é aplaudido o juiz que faz justiça,
É ovacionado o estudante que vai contra a polícia,
Quem devia fazer seu papel ta contra a população,
Algo tá errado quando um governador é chamado de ladrão...
Quem está por nós se não a força que nós mesmos temos?
Quantos Valérios e Genuínos estão na ativa e nós não sabemos?
Quantas histórias de traição dariam novelas melhores?
A avenida da corrupção do brasil hoje nem dá ibope...
Falta educação, saneamento, a saúde tá foda,
"Mas tem problema não, pega o dim dim e gasta com a Copa!",
Olimpíadas não Olím-piadas 2016,
O rombo que a COI e a FIFA vão deixar vai pro bolso de vocês,
E calados, abafados como sardinha na lata,
Vamos ao trabalho diariamente engordar magnata,
Nas fábricas que antes foram palcos de rebeliões,
Funcionários almejam o cargo dos patrões,
Uma mentira dita várias vezes ainda é uma mentira,
O nome é mínimo por que o salário nunca vai dar pra pagar as dívidas,
E antes que morramos vendo mais genocídios e chacinas,
Não podemos deixar de pedir: Brasil acorda pra vida!











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