terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Sonete de Penumbra

Nas ruelas onde jazem as tumbas
Meus pensamentos vagueiam a sós
Fogos-fátuos são os meus faróis,
Ante a multidão de catacumbas.

À noite a morte não amedronta a nós
A lua acima guia a penumbra
Se me morro, conforme a macumba
Mil outras vidas tenho logo após.


Quem teme enfim a terra desolada?
Que tantos outros mistérios esperam,
Depois, lá muito além da alvorada?


Quem já morreu conhece o outro lado
E todas as mortes que aqui navegam
Não vem com o barqueiro, mas com o passado.

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