quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Eu sou alguém

Tive que dizer-me quem eu era
Bizantino homem desse tempo
De Benim ou do Congo, do Mali ou Songhai
Meu passado reside em mim
Como marca da erosão em rocha antiga
E o meu corpo é o papiro da minha história
Escrito em vermelho (ou), marcado a fogo
Em minha pele sempre negra.
Sou o comércio internacional de carne
Sou o chão da fábrica imunda
E não sou nada disso.
Eu sou alguém, Emily,
Que ri e que chora; que sofre e que é feliz
E sou a memória dos povos doutrora
E se eu não soubesse bem quem sou
Talvez eu já não estivesse nesse mundo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário