terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A lama do mundo

Não parem as máquinas,
Ainda há muito a ser feito!
Cada pedaço de terra
Clama por uma função.

Alimentar o mundo-lixo
Enterrar o lixo do mundo.

Atemporal o desejo de mudança
Mudar de Estado geográfico
Mudar de estado da matéria
De morro pra lama
De lama pra mato
Soterrado, atolado, asfixiado
Avalanche de rejeitos sobre os rejeitados.

Somos gado, somos gado, somos gado.

Mais um rio se calou
Perdeu para o silêncio
Apostou alto, dobrou a aposta
Pensou: comigo será diferente!
Mas também a natureza se engana.

Enquanto isso, a fantasia e o engano
Se espalham como blefes nas praças
O jogo é outro, noutra esfera
- Malditos detentores da realidade! -
E nós, de passeata em passeata
Vamos passear no parque
Enquanto seu novo não vem.

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