segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Eu, quando morri...

Eu, quando morri, ainda menino,
Corria nas ruas do bairro
Com pés que chinelos não tinham
Me rindo do xingo dos velhos
Das broncas que recebia…

Eu, quando morri, ainda menino
Aos nove anos de idade
Levava pra mãe o mercado
Meus braços franzinos, de antemão 
Sabiam, que não era para estarem 
apoiados no chão…

Eu, quando morri, ainda menino
Trazia sonhos no bolso da calça
Algumas moedas e linha de pipa
Um riso contido lembrando da escola...
Na cabeça um dever que eu não entendia...

Eu, quando morri, ainda menino,
Busquei socorro sem ter voz
Busquei compaixão em meu algoz
Tentei chorar, gritei minha mãe
Depois, o escuro e eu a sós

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