Eu descobri uma estratégia pra chorar em silêncio
Pra fazer terapia sem minha terapeuta
E é tão simples que faz doer.
Eu vou contando os meus segredos pra mim
Sem eu saber mas sabendo. Em uma frase solta, entre risadas,
Num post de rede social cheio de humor,
Vou falando, vou escrevendo e vou pensando
Nas palavras que não dizia em voz alta
Que agora digo do outro e sei que são pra mim
E vou de grão em grão feito galinha
Ciscando, jogando as migalhas pra trás
Migalhas do passado, eventos do passado
O Eu do passado que vive e em mim jaz.
Assim sou meu profeta abridor de mares
Mares de palavras não ditas, entaladas na glote
Vou cuspindo palavras, deglutindo palavras
Pra cada palavra de dor, uma de amor
Tenho aumentado meu vocabulário
Com os erros do passado, com o aprendizado
E agora que aprendi a dar vazão
Resta saber de quantos passados meus futuros se farão...
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