terça-feira, 21 de julho de 2020

Aqui jaz

Daqui a pouco vão descobrir que eu choro
Que murmuro sozinho, que me remoo.
Se eu der bandeira todos vão perceber
As fraquezas da minha armadura de plástico.

Meu horizonte em cruz sem espada
De um beco pro mato, d'outro beco pra vala
Saio de casa nunca distraído
Com uma máscara por baixo, outra por cima do riso...

Enquanto me brota essa cachoeira torrente
Cada gota que cai eu já digo: "- É só suor!"
Me disseram: " Um dia após o outro"
Todos os dias iguais, nenhum melhor...

Rotina de fingimento, como se eu pudesse
Por toda a vida fingir que que tenho paz!
Vermelho e azul no bairro mais nobre
Pra mim é a sirene apitando "Aqui jaz".







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