quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Me habita

 Me habita

Abra as portas do meu corpo

Descubra-me as salas que escondo

Meus cantinhos empoeirados que não visito, as rachaduras que escondo com quadros ou enfeites.


Há tempos espero companhia para um café

Gente que converse com calma

Que não repare a bagunça, a cozinha sem vida (é que me falta um fogão)

A geladeira aberta já deixou tudo entregar

O que sobrou, te fiz um banquete

Lustrei meia dúzia de móveis

Varri o chão e passei pano 

Estou aberto a visitas.

Pode entrar

Nenhum comentário:

Postar um comentário