segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Mar do passado

As pessoas passam

Como navios no horizonte 

O mar observa calmamente

No seu vem e vai. 


Nascer na terra, morrer no mar

Olhos de água e de banzo

Olhos que navegam sem rumo

E não podem voltar. 


Mar, me ensina! 

O que tuas areias já viram

Eu não poderei ver, só sentir

Com minhas pegadas que afundam

Enquanto tua praia me abraça

E a maré vem me banhar.


Cheguei sem remo, sem leme, sem norte

E enfrentar tuas ondas fez-se impossível

Não há calmaria, ó mar revolto! 

Nem tuas escumas vêm me acalmar…


Sou gente de terra, 

Sem horizonte, com medo de tudo

Com um mapa do céu em noite de lua.

À deriva, espero um chamado

Nenhum resgate a quem naufraga

O porto avisou: daqui não saio! 

As ilhas que vi eram fantasia

Descanso, por fim,

Nas glórias do passado. 

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