As pessoas passam
Como navios no horizonte
O mar observa calmamente
No seu vem e vai.
Nascer na terra, morrer no mar
Olhos de água e de banzo
Olhos que navegam sem rumo
E não podem voltar.
Mar, me ensina!
O que tuas areias já viram
Eu não poderei ver, só sentir
Com minhas pegadas que afundam
Enquanto tua praia me abraça
E a maré vem me banhar.
Cheguei sem remo, sem leme, sem norte
E enfrentar tuas ondas fez-se impossível
Não há calmaria, ó mar revolto!
Nem tuas escumas vêm me acalmar…
Sou gente de terra,
Sem horizonte, com medo de tudo
Com um mapa do céu em noite de lua.
À deriva, espero um chamado
Nenhum resgate a quem naufraga
O porto avisou: daqui não saio!
As ilhas que vi eram fantasia
Descanso, por fim,
Nas glórias do passado.
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