segunda-feira, 30 de julho de 2012

Brilhante escuridão

Namoro estrelas que estão no céu,
Sou uma criança com um telescópio,
Admirado, rio sozinho.
Como pode conter em pontos tão pequenos,
Tanta beleza, entre um azul tão profundo?
Por vezes, a eternidade dura um segundo,
E passa a minha frente toda a história do Universo.

São minhas guias, como o são meus antepassados,
E juntas são como um jardim de Rosas,
Estrelas brilhantes, Constelações de pontinhos,
Que meus olhos enxergam como uma canção,
Inexpressível na linguagem dos homens,
(Só o Cello da du Pré pode expressar...)
E somente audível ao coração.

Quando fecho os olhos ainda posso vê-las,
Estão espalhadas pelo meu corpo, na minha memória,
São parte de mim, mas nunca poderão ser minhas,
Pois sou senhor da terra e não tenho asas.
Sou um pobre diabo a rir-me todo,
Quando ao se pôr, num espetáculo magistral,
O Sol revela o tesouro Antares,
Rival celeste, Vênus sideral.

E o próprio tempo, sempre tão apressado,
Para pra admirar a beleza astral,
Quando não se distingue futuro e passado,
Quando o que se via torna-se invisível,
E então só resta dúvida e a escuridão.
É lá que repousam meus olhos cansados,
Nos braços da noite, a olhar calado,
a sombra do que um dia brilhou como um farol.

Está lá no céu como está na Terra,
Um mar de Rosas e Constelações,
Onde repousam os meus pensamentos,
Onde degola-se minhas ilusão.
Vou ficar a olhar as Plêiades,
Sentado num lugar qualquer perto de casa,
A sentir o vento lavando a minha cara,
E os sonhos esvaindo junto com o tempo...

E assim, me vejo dia e noite a correr,
Entre Rosas e Estrelas que me domam a vontade.
Leva-me em seus braços, doce frescor da noite,
Braveja-me seu hálito, doce manhã soturna,
Tão misteriosas senhoras a vagar pela estrada,
Onde a loucura e a ilusão são irmãs gêmeas,
E a dor e o amor são indistinguíveis.






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