segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Jordan e Leonor

Se meu rosto fosse de areia,
Nessa maré-cheia que se fez nos meus olhos,
(Mesmo sem ter no céu Lua Cheia),
Mesmo ranzinza, e turrão como eu sou,
Não haveria concreto que segurasse meus escombros,
Quando eu visse os meus pequenos de novo.

Tomo-os em meus braços em meus sonhos,
Correndo descalços pela sala da casa, fazendo uma bagunça!
Mas sou o tio bravo, que brinca e briga,
E ama e chora, como uma mãe que vai ao trabalho,
E deixa aos cuidados de outrem sua prole.
Tão apegado ao que aprendi a cuidar - mesmo que tão pouco,
Mesmo que tão longe...e ao mesmo tempo tão sozinho,
Tão próximo do amor que carrego em meu peito.
São tão lindos e não é bajulação.
São dois sóis que brilham no esplendor dos meus olhos,
Quando o meu horizonte se enche daquelas risadas que andam!

São minhas raízes e de lá não esqueço.
Ir à praia e vigiar sempre pra Jordan não comer areia,
ou Leonor fugir mar a dentro - mesmo com tanto medo,
Mas é que Iemanjá acha lindos os meus sobrinhos!
E eu também.

A saudades arranca os soluços de quem está longe,
E as lembranças se perdem nas obrigações,
Tão pouco tempo que mal tenho tempo pra olhar pro lado,
Ver o retrato dos dois pequenos abraçados,
Perco-me entre as minhas atribulações,
Mas meu coração é um cofre bem trancado,
Mantém vivo meu tesouro maior. Meu sangue, minha alma.
O pequeno sorriso que ainda trago no rosto.

Tio volta logo, bebês. Tio Ninho voltará pros seus bracinhos!

À J-O e Nonô.


Nenhum comentário:

Postar um comentário