sábado, 12 de janeiro de 2013

Sei que é real porque eu sinto

Sei que é real porque eu sinto
É como o ar ou a luz
Esse imenso sentimento latente
Que adormeceu de cansaço
De tanto esperar alguém que o mereça
São memórias, as quais reconstruo em fotos
Os fatos que não vão morrer tão cedo
E nem quero que morram jamais.

Seus olhinhos, nossos momentos felizes
Pouco a pouco tudo veio à baixo
Os planos, os lugares. Nossas raízes
Parece que mudamos tudo mas, nada mudou
Fomos os mesmos nos escondendo
Do medo da solidão, talvez do esquecimento
Nos amamos tanto no começo que não sobrou nada
Para reacender a fogueira que nós criamos
Alimentando nossas frustrações com mais frustrações
Porque é isso que fazemos quando nos descuidamos
Somos fracos, quando devemos ser fortes
Deixamos o tempo passar rápido demais...

Sem tempo nós corremos, como quem esquece algo no forno
Tentamos não queimar o assado
Mas o fogo estava alto demais. Nos descontrolamos
Dissemos tantas coisas que não devíamos dizer
Entendemos tantas coisas que o outro não disse
Ainda assim, sobrou alguma coisa
Mas não me atreveria a chamar tal coisa de boa.
É bom saber que sobrou algo de nós
Mesmo que não saibamos se iremos tirar proveito dessa coisa
Mesmo que tenhamos que aprender a viver separados
Depois de sermos uma pessoa, tão junta e tão carente
Carente de si mesma, da sua própria atenção.

Olhando o que já foi vivido quero implorar
Uma terceira ou quarta chance. (Quantas já me foram dadas?)
Quero pedir que me cale e me ouça
Cale a minha boca e ouça o meu coração
Pois sofremos juntos, hoje, eu e ele
Só uma dor a mais mas ela não está querendo passar.
É só mais uma lágrima que escorre no rosto e desaparece no chão
Sou eu mais uma vez sendo eu - dramático ao extremo
Um ser errante sem jeito e sem motivos
Mas que quer fazer tudo novo pra não afastá-la de novo
Se você puder me perdoar...ah, se você puder!
Ai então você não me merece, pois falta-lhe o amor próprio
Não a mereço, mesmo implorando para tê-la de volta
Sou caso perdido e não vejo em você um mapa
Eu sou meu labirinto e antes de me achar em você
Eu tenho que me decifrar primeiro.
Digo-lhe, hoje, adeus. Não porque vou partir para longe
Mas porque vou partir para dentro de mim mesmo.

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