sábado, 30 de novembro de 2013

Mãos

Cansei das mãos que não conhecem meu rosto,
Que nunca fizeram-me cafuné numa noite fria,
As mãos dos corpos que só me são volúpias,
Que carregam vozes que nunca me acalmaram,
Mãos de rostos lindos cujos lábios eu pouco conheci,
mas que não me fazem recordar de nada.
Nem um parque, uma ponte, uma noite,  uma paisagem,
Nada, mãos sem memórias, sem história,
Mão abertas que me chamam mas não me querem,
Querem o que tenho, roubam-me de mim!
Quero distância –finalmente- dessas mãos,
Quero mãos que afaguem-me em dias fúnebres,
E que recebam meus afagos nos dias alegres,
Mãos cujas unhas sejam vermelhas para me satisfazerem,
E que saibam segurar-me e largar-me,
Quando eu pedir, ou quando for preciso.
Quero as mãos cujos olhos eu conheça bem,
E que ao enxugar minhas lágrimas, sejam mãos amigas,
Mãos que me arranhem no esplendor do orgasmo,
Qe dilacerem minha carne sem me machucar.
Mãos que eu ame todo o resto do corpo,
E que amem até minhas mãos tão feias!

Não suporto mais viver para as mãos
às quais eu somente desejo,
Que me desconhecem e que me alucinam,
Mas desejo apenas por pouco mais de uma noite.
As mão que  vez por outra são quatro, são seis,
Porém são só mãos e, ao lado do meu corpo ainda me sinto só.
Essas mão juntas das quais estou só a dois,
Cruzadas com as minhas, juntas parecem celas.

Meu crime é amar demais, minha pena é a liberdade,

Por isso Adeus, não as verei nunca mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário