terça-feira, 11 de março de 2014

O Barco

Um barco-à-velas - sem leme e sem mastro -,
Atraca no porto vazio,
Como o meu corpo – vazio,
Sem alma, portanto, nu.
Morto à séculos por alguns segundos,
Respirando ofegante sem ar,
Afogando em nevoeiro,
Num cais vazio de um lugar qualquer.
O remo bate na água,
Marulha nas vagas escuras,
Espumas espalha.
Sem porto ou mastro,
Sem leme ou bússola,
Sem ter que chegar, sem hora.
Morto num barco à deriva,
Já não se passa o tempo...

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