quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A fome em terra seca

A fome
O osso a terra come
A pele engorda a traça
Sertão que se alastra
E não tem fim na terra.
O solo seca a alma
A sede é maldição
Vai matar mandacaru
Assum preto e azulão
Chuva molha o sertanejo
Fica verde toda parte
Mas se em janeiro não chover
Carcará faz seu abate
Come as carcaças que tiver
Enquanto água não vier
Pra esse solo de meu Deus
Parece amor que parte
Angústia que nunca passa
Tristeza que cobre o rosto
Choro  sofrido de adeus.


Nenhum comentário:

Postar um comentário