segunda-feira, 20 de junho de 2016

Um homem negro não é livre

Por favor me resgate com suas mãos fortes
Estou no fundo do poço, tão profundo
Que não vejo a luz do Sol e nem o azul do céu
Estou no interior de mim, completamente só
E minha mente prega peças, diz-me pra fazer silêncio
O mundo está tão violento e ao meu redor
Só havia dor, sofrimento e frustração, por isso me perdi
Corri pra longe dos homens, segui sem rumo
Sem face e sem coragem pra enfrentar meus demônios

Mas um homem negro não é livre onde vivo
A cor da minha pele me denuncia em segredo

Eu luto contra todos e nunca ganho as batalhas
As guerras são travadas e eu nem tenho armas pra lutar
Derrubo minhas angústias sobre a mesa
Só sobra de mim cacos e quinquilharias
Sou um mosaico de perdas e ódio, mas vivo
Entre lágrimas engolidas e soluços opacos

Mas um homem negro não é livre onde vivo
A cor da minha pele me denuncia em segredo


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