sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Soneto abandonado

Esse quarto é um reflexo retorcido;
Essas paredes são garras felinas,
Bem conheço essas cama'as - vi meninas
Quando aqui cheguei, no auge dum tempo ido...

Minhas pegadas tristes criam vinas
O espelho me desvela um ser ruído;
Dos móveis sou o enfeite preferido
Sou parte da paisagem: as cortinas...

Ensaio um ou dois passos...não me movo
Já nem sei sair...fora, o que há de novo?
Outro planeta vaga junto ao Sol?

Atrofiado numa alcova fria
Podia ter o mundo, quem diria?
Que a solidão seria o meu farol?

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