domingo, 14 de maio de 2017

Sem expressão

Frente aos meus olhos não tens nada
Nem olhos, nem face,
Nem boca, nem corpo,
Nem expressão.
Tua silhueta define um sentimento
Que o sol poente torna sombra a leste de mim.
Amassado entre folhetos de propaganda
Deixei cair um verso nobre, que já não lembro.
Eram tuas palavras escritas, uma recordação
Que a parede já não mais receberá.
Sinto a falta de tantas sombras noturnas
Vultos e planos comuns
A coragem que tinha para arriscar.
Meia volta sobre meu eixo, estou perdido
Caneta sem tinta, papéis avulsos
A água mais doce do mar me banha.
Essa alcova é seu sorriso brando
Branco e despreocupado, sem saber quem sou
Alheios a essas mesquinharias, teus pés
Que vi dançar sem me causar um êxtase
Mas que sustenta um ser fantástico
E por isso, é igualmente impressionante.
Cautela, esbarrei na tua voz outro dia
Pedi desculpas e tomei meu rumo.



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