Eu não viverei cem anos,
Nem chegarei perto disso.
Há um sistema universal de coisas
Que impede gente como eu de viver muito.
É tudo muito bem definido nos moldes internacionais
Tim tim por tim tim, sem negociações.
As exceções são raras e sempre moram longe
Lá onde olhares curiosos não conseguem chegar
Onde braços de guarda não alcançam a tradição.
Meu tipo - raríssimo, admito - é de andar sozinho
Olhando ao redor, cascabulhando nas entrelinhas de palavras não ditas
Os sotaques, acentos regionais
Calos nas mãos e nos pés das frases mudas
E, nas pessoas, procuro sentimentos inexistentes
Faço projeções descontínuas
De um ser que não sou e que não me interessa ser
Só para aprimorar meu arrojado tato para viver na infelicidade.
( Ou posso estar enganado e ser sozinho nessa árdua tarefa...)
E disso entendo bem: sorrir sem emprego,
Frequentar lugares que não tolero,
Estar com quem em nada me acrescenta.
Sou a tradução da estupidez humana
Compartilhando da rotina universal de exploração e cultura
Do pior que a alma humana oferece mas sem perder o bom humor.
Quem é como eu sabe que cem anos é tempo demais
Para sobreviver sob fanais a irradiar venenos
Brancas angústias que nos minam pouco a pouco
E se não nos matamos em doses homeopáticas
Nas desgraças diárias da exploração
Contamos aquiescidos frente aos canhões,
As horas de tortura mundana
Que nossa pele burilada pelo medo suporta.
Aprendi a ser meu pesadelo, um espelho de auto-reflexo
Mostrando de mim para o mundo o que a vida me deu de pior.
Nem chegarei perto disso.
Há um sistema universal de coisas
Que impede gente como eu de viver muito.
É tudo muito bem definido nos moldes internacionais
Tim tim por tim tim, sem negociações.
As exceções são raras e sempre moram longe
Lá onde olhares curiosos não conseguem chegar
Onde braços de guarda não alcançam a tradição.
Meu tipo - raríssimo, admito - é de andar sozinho
Olhando ao redor, cascabulhando nas entrelinhas de palavras não ditas
Os sotaques, acentos regionais
Calos nas mãos e nos pés das frases mudas
E, nas pessoas, procuro sentimentos inexistentes
Faço projeções descontínuas
De um ser que não sou e que não me interessa ser
Só para aprimorar meu arrojado tato para viver na infelicidade.
( Ou posso estar enganado e ser sozinho nessa árdua tarefa...)
E disso entendo bem: sorrir sem emprego,
Frequentar lugares que não tolero,
Estar com quem em nada me acrescenta.
Sou a tradução da estupidez humana
Compartilhando da rotina universal de exploração e cultura
Do pior que a alma humana oferece mas sem perder o bom humor.
Quem é como eu sabe que cem anos é tempo demais
Para sobreviver sob fanais a irradiar venenos
Brancas angústias que nos minam pouco a pouco
E se não nos matamos em doses homeopáticas
Nas desgraças diárias da exploração
Contamos aquiescidos frente aos canhões,
As horas de tortura mundana
Que nossa pele burilada pelo medo suporta.
Aprendi a ser meu pesadelo, um espelho de auto-reflexo
Mostrando de mim para o mundo o que a vida me deu de pior.
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