Velho caminhante,
Hoje cansado não
anda,
Sentado observa sem
pressa,
Esse tempo que passa
E não regressa.
Tão andante quanto
tu,
São meus
pensamentos,
Que vagam sem rumo
Num esmo profundo,
E se perdem, e se
acham,
Nos desencontros
mais doces,
Que um desperdido
pode achar.
Estou à beira de um
colapso,
Perdendo o medo para
não perder-me,
Guiando a vida feito
um guincho,
Pois se a solto sou
eu,
Esse pobre errante
das estradas,
Quem perde tudo, na
contramão.
Seus segredos e
feitiços,
Guardara-os até o
túmulo.
Quero descobri-los e
desvendá-los,
Quero-os todos, como
a aurora,
Que num querer
descomedido,
Inflama os céus sem
destruí-lo.
Assim quero ser eu,
A devorar o
desconhecido,
Como um faminto
devora a angústia.
Tenho sede do novo,
Como tiveras tu,
Avô do tempo,
senhor do Sol,
Passaste pela terra
a desvendar segredos,
Hoje repousas
tranquilo,
E olhas-me como se
esperasse,
Que em mim
renasceste assim e também,
Revigorado, tu jovem
de cetro na mão.
Meu Santiago de
Compostela,
Guiai-me pelas
estradas tortuosas.
Sou perdido em vida
e nem o barqueiro,
Há de encontrar-me
na minha hora.
Morrerei de amores
por essas trilhas,
Nas perdições às
quais fui predileto,
Um alvo tão pequeno
e indefeso,
Que em vida
faltou-me um mapa,
Mas nunca uma
companheira,
Para errar com
devoção.
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