quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Aquele animal chamado amor


Aquele animal chamado amor
Preso no cárcere do peito
Engaiolado nos meus olhos,
Tão maltratado nos teus seios.

À quase mil quilômetros de mim
A caçadora sem coração
Acertou um tiro certeiro
Abandonou a carcaça ali no chão.

E eu, que me alimento desse bichano,
Cacei-o por tanto tempo nas ruas
Pra vim uma amadora no ramo
E decretar minha fome da carne sua.

Talvez solto esse animal não padeça
Como padece dentro de mim
E eu mesmo ele não mereça
Pra matar minha fome, por fim...

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