segunda-feira, 11 de junho de 2018

Raiz Preta, Mar profundo

Preta,
Tua raiz também é minha
Somos par da mesma planta.
Se cair, pegue em meu braço
Erga a cabeça e se levanta.

Teus passos são meus caminhos
Nossas pegadas são irmãs
Se a Kalunga tomar teu rosto
Também a mim, roubará as manhãs.

Não há mão que te sufoque
Que não roube também meu ar
Onde quer que mirem teus olhos
Lá estará o meu olhar.

Na tua voz que me ensina
No teu ouvido que me escuta
Somos dois erguendo a vida
Somos um sangrando em luta.

Se o porto é árvore de Banzo
O mar profundo ainda chora
Navega em meu barco, vem comigo
A terra preta canta: chegou a hora!

Ser teu par nessa corrida
Juntos sempre, minha missão:
Não me deixar sugar tua vida
Não ser feitor da tua opressão.

Amar, respeitar e compreender
Proteger, ser protegido
Ser meu corpo o teu escudo
Quando o seu for corrompido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário