sexta-feira, 8 de junho de 2012

Entendas...

Passam as horas, meu peito soluça,
"Tanto Tempo, meu Deus, tanto Tempo"...
Deixei de viver as ternuras,
De um amor, e da dor vivo o desalento...

Sou um Anjo que pende do céu,
Numa estrela preso por um fio.
Sou um sonho e pesado martírio,
Me afastam dos teus lábios de mel.

Sou o afago que buscas na surdina,
Em teu leito, ó menina morena!
Sou teu canto, teu ato, tua cena,
Quando no palco és minha bailarina!

Teu andar que seduz-me inteiro,
Nesses olhos, reluzem'm arco-íris,
Passas por mim com um sorriso faceiro,
Transforma meus dias cinzento' em felizes.

Triste sou por ser tão feliz,
E não me dar conta, com a penumbra no peito,
Padeço nas páginas que servem de ensejo,
Revivo e refaço uma infância em croquis.

E essas dores - todas revividas,
Como na época da escola, eu menino,
Desde cedo já tão sozinho,
O Tempo passa e eu na mesma agonia...









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