quarta-feira, 20 de junho de 2012

Porto



Ainda ontem estive ali sentado com ela,
Era tarde da noite e nós ríamos e chorávamos juntos.
O som daquela voz confusa entrava em meus tímpanos,
Ressoava-me os ossículos como uma Orquestra Sinfônica,
E eu só achava graça daquilo tudo,
Pensei que seria eterno, mas nada dura mais na memória,
Que um sorriso sincero de quem se gosta.

Calado, lanço pedras desse porto abandonado que me tornei,
Elas quicam, fazendo ondinhas...
Vejo a água a minha frente...Ela me traz tantos caminhos,
Tantas lembranças que só se o mar abrir,
Vou poder voltar pra casa. Que pena...
Pois não acredito em milagres.
Entretando, sei que enveredar-me pelo mundo afora,
E rogozijar-me entre pernas e vinhos,
Não trará a mesma felicidade que eu tinha antes,
Posto que eu era feliz de verdade e nem sabia...


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