Todos os dias soam
os sinos,
São dez da manhã –
quase um despertador,
Passa apressado, ora
aqui, ora acolá
Sempre com os pedais
barulhentos e soltos
Da sua precária
bicicleta azul e amarelo.
Deixa-me o papel
sagrado que vem de longe,
Ou o profano, que
sempre vem de perto.
Alguns dias parecem
cômicos e rimos juntos
Mesmo desperto pelo
seu pedalar
Traz boas notícias,
coisas de quem espera
E, quando cessa o
sofrimento,
Daqueles que olham
para o horizonte com pressa
Parece que o moço
de azul e amarelo é um Deus,
A Boa-Nova, um anjo
empacotado na forma humana
Hermes incumbido de
rejubilar corações.
Meu endereço ali é
rotina, recebo muitas cartas
- Ou seriam muitas
contas? Esqueça!
Percebo uma vez ou
outra que os carros e motos
São pra velhos
senis, não pra mim.
Também quero ser
Carteiro, pedalar
Ter pouco tempo pra
decorar nomes e números
Ser portador de
notícias e não da verdade!
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