sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Carteiros


Todos os dias soam os sinos,
São dez da manhã – quase um despertador,
Passa apressado, ora aqui, ora acolá
Sempre com os pedais barulhentos e soltos
Da sua precária bicicleta azul e amarelo.
Deixa-me o papel sagrado que vem de longe,
Ou o profano, que sempre vem de perto.
Alguns dias parecem cômicos e rimos juntos
Mesmo desperto pelo seu pedalar
Traz boas notícias, coisas de quem espera
E, quando cessa o sofrimento,
Daqueles que olham para o horizonte com pressa
Parece que o moço de azul e amarelo é um Deus,
A Boa-Nova, um anjo empacotado na forma humana
Hermes incumbido de rejubilar corações.
Meu endereço ali é rotina, recebo muitas cartas
- Ou seriam muitas contas? Esqueça!
Percebo uma vez ou outra que os carros e motos
São pra velhos senis, não pra mim.
Também quero ser Carteiro, pedalar
Ter pouco tempo pra decorar nomes e números
Ser portador de notícias e não da verdade!

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