quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Poesia do ínfimo

A poesia não para, se esguia
É só um pensamento fortuito
Está e se vai, feito perfume.

É um instante, é um relógio
Mas quem vê a hora na poesia
Não sabe nada do tempo.

A arte dos versos, a arte das coisas..
Um móvel é poético,
Um imóvel também.

Há poesia nos arbustos
E nos escombros de prédios velhos...
Há poesia no asfalto quente.

Na cozinha tudo é poesia
Desde a fome e a dispensa vazia
Até a fartura da panela ebulindo.

Se tivesse cor, seria verde
Poesia é grama, é folha de árvore
Ou seria azul de céu noturno?
Ou seria azul de mar?

Embora não pare,
A poesia vai e volta,
Como se borrifássemos de novo
O velho perfume barato
Esquecido num frasco(ou livro) velho
Por termos saudades do seu cheiro.



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