sexta-feira, 6 de julho de 2018

Minhas memórias

Todos os velhos retratos estarão guardados
E bem trancados no futuro.
Minhas memórias serão apagadas de lampejo
Como flash de luz que cruza o céu.
Tu te recordarás quando à beira do fogão
Um crepitar de dor dentro da panela surgir
 - O angu e a carne da escola no interior -
E eu já não serei a saudade amarga em seu peito.

Quero-te em braços serenos, em voz de beijos doces
Como nos caminhares em rua de terra.
O café é tão preto que cheira a madeira nobre
Meu coração não tem teu formato, nem teu gesto.
Vou morrer antes da meia noite, acordado e alerta
Com o aroma da sua juventude na boca
E poucos arrependimentos, mas ainda infeliz.

O amor nao mata quem o sente;
Amar é renascer pra vida eterna.
E a paixão é o prenúncio, brisa antes do furacão.
O que nasceu do canteiro de nós não vingou
Deixo a culpa deitar em meus olhos escuroseE quando tua primavera chegar
Teu seio em flor relembrará meu nome
Com mais mágoas que rancores
E eu ainda estarei com uma frase presa na garganta
Um pedido de desculpas sem advérbios
Uma ferida aberta que fechou sem dar queloide.


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