sexta-feira, 6 de julho de 2018

Não sou

Não sou porque nada é
Antes de ter em si próprio o seu sentido.
Estou...existo...da forma que me pode sustentar
Pois todas as ruas são cruéis aos pés descalços.
Famintos se entrecruzam a espreitar promessas
O lado de fora de nós é uma cidade:
Dentro, ora sou inferno, ora purgatório.
Deixo o céu aos infiéis a si próprios.

Nenhuma vitória deu-me o primeiro lugar no pódio.
Nenhuma de minhas relíquias estão em meu peito
Guardo-as em memórias espalhadas por gavetas,
Por pensamentos que me torturam e causam sono,
Pelos caminhos que passo apressado sem olhar pros dois lados antes de atravessar.
Na trajetória que minha vida segue, sei que vou colidir
E anseio o impacto, como se fosse pari-lo, extirpa-lo do meu ventre
Para ver nascer no seio do meu algoz o meu motivo para sorrir.

Ali adiante, além das pegadas em pisos limpos por terceirizadas
Estive pensando, quando não estava sufocando meus medos:
Há um novo futuro pras velhas ações!
Não se comova, porém. O futuro é o mesmo que a vida tem...







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