quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Não melhora a saudade quando oramos

Não melhora a saudade quando oramos
Mas fechar os olhos nos aproxima de nós
É divino o silêncio.
Acima de seus domínios
Só o barulho do quebrar das ondas.

A natureza ensina
Na neve que cobre as montanhas sobre as nuvens
No fundo do mar escuro como a noite
É preciso ter-se inteiro
Com as contradições que nos tornam nós
E nos tornam nós, desses em cordas
Com nossas voltas, nossa linearidade
Nas teias que traçamos pelo caminho.

As pessoas são só insetos
Aranhas e formigas e gafanhotos
Pés compridos ou pequenos
Pulando, caminhando, voando baixo
Parando em cantos de paredes
Em redes de captura, na química dos lábios
Nos zombidos que nos atraem.
Racional é o amor que nunca erra em contradizer-se.



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