segunda-feira, 30 de maio de 2016

Amargos são meus olhos

Amargos são meus olhos incertos
Inverossímeis.
Sofrer sem ter dor
Escolher os espinhos das rosas
E as pedras dos caminhos.
Sou leviano, quase um ser humano
Contraditório, desses
Que batem a porta quando se zangam.

Aquém de mim, sou Sol se pondo
Nos meandros da noite, entre as estrelas...
Apago e acendo e sumo e volto
E ressurjo como quem nunca foi
E vou como quem nunca partira
Mas eu também sou feito de água
E vez por outra transbordo
Como se a maré cheia tivesse,
Finalmente, me alcançado

e acho que você é a lua cheia
Traz e leva os peixes
Aconselha os ventos e empurra as marés...
Logo, logo tudo passa
Logo, logo será verão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário