sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nos braços do mar


Ecoa ao longe nas folhas silvestres,
De árvores cativas; gritos de horrores,
Floresta pálida, rostos inertes,
Expressões funestas de sonhos e dores.
Lá dentro estará, a saudade em silêncio,
Quando fora, a alvorada chegar lentamente.

Dentro de cada pilar do Castelo de areia,
Cai um por um os senhores sem face,
Desgastado corpo, varrido em poeira,
Descansarão todos nos braços da morte!
Ontem fui eu, hoje é você,
Amanhã deixo à sorte de Deus decidir.

Mareja nos braços da branca senhora,
As pétalas brancas se desfazem nas vagas,
A escuma dos ósculos contemplada em saliva,
De sabores sorvidos, por servos e adagas.
Fecham-se as portas, deitam-se todos,
Ao horizonte sozinho, seguem o barco e o navegante.

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