segunda-feira, 5 de outubro de 2015

É dor que sinto e não tem cura

É dor que sinto e não tem cura
Essa distância que dilacera
Longe desse corpo tudo é silêncio
E a morte faz-se flor envolta em candura.

E dessa flor quero a coroa fúnebre
Para o meu jardim de caos adornar
E na discrasia desta noite lúgubre
Quero a paz, a vida e a morte em mim.

Queria um banho nessas águas claras
Que escorrem do meu rosto negro
Queria o castelo construído em teu nome
E continuar feliz: esse é o meu segredo!

Jogue aos porcos as tuas migalhas
Esse teu sentimento mesquinho de felicidade
Estar sozinho com um sorriso pungente
Bebendo e festejando sobre meu cadáver

Escondo tudo, mas não quem sou
Pena Branca, cabelos vermelhos!
Perdi teus olhos dos meus, que vacilo!
Nosso navio: quando afundou?

Ter coragem para ser sorriso em ti
E ser em mim o que o passado me furtou
Ter te amado tanto, te querer e ser o algoz
De um mundo que a minha mão moldou

Nessa varanda da vida que é a tua face
Nasço e morro em teu horizonte,
Todos os dias, me prostro em frente a tua fronte
E te ilumino com a luz que nem há em mim.












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