segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Em meu choro a gratidão

Você me olha por detrás do espelho
Se faz perguntas
Mas não há ninguém a sua frente.
Não há respostas ou saídas
É como um pano muito desgastado
Que a costura já não resolve.
Não é seu rosto, sua energia...
Onde estamos, afinal?
Essa é a última estação? Mas nem partimos...
Minha viagem frente a mim
Uso meu corpo para evadir e mim
Penetro-me com os olhos dos outros
E não me vejo; nunca me veria.
É preciso um amor que se vai de madrugada
E vinte e quatro horas depois
Já está em outros braços
É preciso morrer para viver para sempre
A vida eterna mora além do corpo:
Mora na alma.
Minha alma anseia vida, anseia o verde
Anseia Oxossi, Oxum, Iemanjá...
Minha alma é de mim o que me lembro
Mas deveria ser o que se é.
Sou cacos, centelhas refratadas, dispersas,
Sou o que ninguém nasceu para ser
Mas não sou isso para sempre.
Eu a vejo, finalmente,
Com os olhos que me foram furtados no seu encanto
Como eu deveria sempre tê-la visto.
Eles dirão-me que é para esquecer-te,
Impossível!
Não posso esquecer quem me fez lembrar de mim!

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