sábado, 3 de março de 2012

O tempo nos dirá a resposta

Sem olhar pra trás eu larguei tudo,
Deixei família, amigos, um lar,
Mal me despedi; segui meu rumo,
Estava decido a não voltar.

Larguei por lá meu antigo amor,
Não foi tão difícil largar,
Sofri depois, sozinho, toda a dor,
Mas ninguém nunca me ouviu chorar.

Perdi minha mãe, se foi meu pai,
Meu irmão Leon se foi também,
Se foi minha avó; não chorei mais,
Hoje todos juntos, no alto, amém!

Se foi meu título de melhor da turma,
Perdi tanta coisa nesse meio tempo,
Chegaram outras mas, nenhuma,
Calou a mágoa que sentia por dentro.

Tu chegaste como uma manhã de Sol,
Calando a falta e as dúvidas minhas,
Deste-me esperanças; foste meu farol,
Trouxe a luz a uma alma sem vida.

Encantado com tudo que tinhas,
Mergulhei sem medo na ilusão,
Tu eras um sonho; eu andorinha,
E sozinho, não fiz verão.

Pra onde vai a alma, senão pro vazio?
Não existe vida na escuridão...
A distância foi tão grande desafio,
Quanto estar só no vazio com um lampião.

De tanto amar me vi perdido,
Com medo do que vem depois,
Seus sonhos, os meus, planos falidos,
Difíceis de se viver a dois...

Aos poucos nos afastamos naturalmente,
E o tempo é cruel com as frestas,
Eu senti muito, hoje tu sentes,
Mas a amizade não é tudo que nos resta.

Temos a eternidade, lamento agora,
O pouco dedicado quando merecias tudo,
Dei-te tão pouco, mas é chegada a aurora,
Levanta-te, amor, vá ganhar o mundo!

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