Grande Passarela iluminada
Diante de mim, um espelho
Que me mostrava a profundidade
Como se me mostrasse o futuro.
No começo era um, uma, outro e outra.
Depois, uma confusão de pessoas
Uma sobreposição de imagens, figuras e sombras.
Pessoas que passaram uníssonas
Outras em filas
Pessoas que entravam na passarela e ficavam
Outras que construíam linhas e diagonais
Eram diferentes corpos
Era um diferente lugar a cada momento.
O espelho? Uma janela
Que mostrava o passar do tempo
E suas transformações
No começo: silêncio, murmúrios
No meio: barulho
No fim: qual fim? Existe um fim?
E eu lá sentada, me vendo também.
Meus gestos, meus apoios, minhas vontades.
Os gestos dos outros, os estímulos.
E eu, não mudava? Mudava.
Mudava e via um pilar
Mudava e via mais um pilar
Mudava e mais outro pilar
Duas pessoas me olharam
Uma pessoa me cumprimentou
Três passaram sem nem me notar
Uma se aproximou
Quatro se afastaram
E assim me aproximei do espelho
Vi meu banco, agora vazio
E então me vi partindo...
Luísa Righeto**
16/03/2012
*Poesia de uma poetisa maravilhosa que conheci o trabalho e achei muito espontâneo. Apesar da nossa amizade, acho que a homenagem é válida. Parabéns, Luisa, adoro o jeito que você escreve! Lindas palavras...
** ESSA POESIA É INSPIRAÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA QUE TIVE EM UMA AULA DE DANÇA DA FACULDADE EM QUE O TEMA ERA "HABITAÇÃO". (Luisa Righeto)
** ESSA POESIA É INSPIRAÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA QUE TIVE EM UMA AULA DE DANÇA DA FACULDADE EM QUE O TEMA ERA "HABITAÇÃO". (Luisa Righeto)
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