terça-feira, 28 de abril de 2015

Sombra de um novo dia

Amanhece a sombra de um novo dia.
Ainda agora os garis varreram as ruas
Limparam as calçadas mas esqueceram
de limpar a sujeira dos homens.

Dias sujos nos coraçãos mundanos
Vidas feito árvores da amazônia
Trabalhadores pagando para trabalhar
Flores desabrochando mortas
Frutos podres nascendo nas videiras.

Em cada olhar extasiado na calçada
Vejo um reflexo da sociedade
Um egoísmo de sete da manhã
Que só quer ir para a mortalha sentado
E ouvir os esbravejos do patrão em paz.

Vivendo nas alcovas solitariamente
Cercamos-nos de uma multidão eletrônica
Acreditamos em datas festivas
Chocolates caros em forma oval
Mas não damos valor aos seres humanos
Esquecendo que também somos um...

E no vai-e-vem de ideias
Diariamente somos enganados
Mas fingimos que não ligamos
Para morrermos felizes e ignorantes.


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