Mar bravio à
espreita
À direita do Forte
à direita.
Quebra o silêncio o
escuro marulho,
Quebram as ondas na
pedra da baleia.
Quem acena da praia
vê-me sentado
Não entende a
distância que tenho do mar
No meu olhar –
também marulhado -,
Sofro em silêncio,
te espero voltar.
Não ouço as ondas
que choram saudade
Nem as pedras, nem a
areia, nem as águas...
Ouço o lamento em
todo o canto da cidade
A ecoar no meu peito
fervente de mágoas.
Muitas vozes ainda
lembram teu nome
Nas ruas que
caminhava, na velha mansarda...
Meu peito reclama um
grito que me consome
Passados os anos, a
falta não passa por nada.
E embora não
tenhamos tido os melhores dias
A casa é vazia e
piora em abril
Ter nascido irmão e
merecer tal companhia
Ter sorrido e ter
chorado, de muito me serviu.
São meus olhos que
não enganam o tempo
E revisitam as
pedras que te viam partir
Não demores nesse
teu contratempo
Sei que, do outro
lado da margem, continuas a sorrir...
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