Nega da Boca vermelha
Cabelos crespos, como o meu.
Lábios de beijos
ardentes,
Olhos de olhar pra
frente.
Sorriso alegre de
euforia
Voz de declamar
poesia
Mãos que me tocam
sem pudor.
De sina passei à
rima
Meus dramas passei à
exaltação
As minhas dúvidas
tornaram-se certezas
Quando toquei em
suas mãos.
Respira-me ofegante
Desfila altiva e
elegante
Nas ruas por onde
ando.
E quando me engano
de calçada
Ah, é ela quem me
espera
Na esquina da
desambiguação.
Sussurra-me
libidinagens
E nem sei se teria
coragem
De algum dia dizê-la
um 'não'
Convence-me de
loucuras
Devaneios de almas
puras
Que cabem num só
coração.
A negra forte, a
pele escura
É a que meus sonhos
mistura
E nem sei o que é
real.
Frente ao espelho
vejo nela
A imagem de mulher
bela
Que mora em meu
ideal.
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