quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Nega da Boca vermelha


Nega da Boca vermelha  
Cabelos crespos, como o meu.

Lábios de beijos ardentes,
Olhos de olhar pra frente.
Sorriso alegre de euforia
Voz de declamar poesia
Mãos que me tocam sem pudor.

De sina passei à rima
Meus dramas passei à exaltação
As minhas dúvidas tornaram-se certezas
Quando toquei em suas mãos.

Respira-me ofegante
Desfila altiva e elegante
Nas ruas por onde ando.
E quando me engano de calçada
Ah, é ela quem me espera
Na esquina da desambiguação.

Sussurra-me libidinagens
E nem sei se teria coragem
De algum dia dizê-la um 'não'
Convence-me de loucuras
Devaneios de almas puras
Que cabem num só coração.

A negra forte, a pele escura
É a que meus sonhos mistura
E nem sei o que é real.
Frente ao espelho vejo nela
A imagem de mulher bela
Que mora em meu ideal.

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