Toma
Toma aqui os seus
trapos
Suas sujeiras
Suas manias de
grandeza
Sua algazarra na
vida alheia.
Quer ir embora que
vá
Dentro de mim
De camisa
desabotoada
Cadarço do tênis
desamarrado
Mãos enrugadas do
banho
Olhos cheios de
certeza
Braços preguiçosos
Sonhos esmorecidos
Carteira cheia de
tristeza
Boca sem palavras
Cabeça sem ideias
Pele nua, enrijecida
Pés descalços
sobre o sofá
Nariz que não sente
o meu perfume
Íris que não me ve
Não, você não
habitará.
Ainda tenho sonhos
grandiosos
De andar a cavalo
num campo verde
Sentir o frio dos
alpes no meu rosto
Voltar às paisagens
que amei um dia
Matar um a um todos
os meus inimigos
E correr pela rua,
gritando
Na plenitude de ser
livre
Pois liberdade é o
ócio sublime
A mãe das criações
mais severas
Que geram filhos
tranquilos
E aquietam mentes
intranquilas.
Se você quiser,
egoista,
Acabar com as minhas
pretenções
Ressuscite, oras
Não vou catar os
seus pedaços pelo chão!
Estarei na espreita
Quando estiver de
saida
Deixe a chave por
baixo da porta
Não avisa que esta
saindo
E nem me faça
promessa
De vingança, pois
sou sensível,
E posso não
resistir à uma gargalhada.
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